Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de outubro, 2022

Pacífica

   A cordialidade, o respeito e as boas atitudes estão cada vez mais ausentes nas pessoas.  Fui entrar num ônibus circular qualquer e a fila estava gigantesca, eu me encontrava de pé ao lado da porta do motorista, assim que ela se abriu quase fui atropelado por um bando de gente mal educada.  Quase me exaltei, mas preferi pacificar a situação estranha ficando em silêncio e deixando para ser o último a entrar no transporte coletivo.   Teste de controle emocional concluído com sucesso.   Porém me entristeceu a alma perceber que a empatia e o bom senso estão na UTI entubados sem perspectiva de melhora.   É um show de deselegância por toda parte.   No trânsito, no supermercado, no trabalho, no churrasco com os amigos e até na fila do pão.   E aliás, quem sou eu na fila do pão para agir de qualquer forma com o próximo?   Quem é você?   A fila do pão está desorganizada e segue se desorganizando a cada segundo que passa no relógio.   ...

Violência sem sangue

  Ao pensar em violência, de imediato, surgem nas nossas mentes associações à empurrões, socos, ponta pés, sangue jorrando do nariz e tiros de fuzil estourando os miolos de um moleque num morro qualquer do Rio de Janeiro. Ac ostumamos a enxergar a violência com os olhos do absurdo, do espanto e do estrago físico. Não é errado, porém agindo assim limitamos nosso globo ocular e amansamos nosso córtex pensante.    A violência não é só a que sangra. Ao abrir o portão de casa, virar a esquina e se deparar com um idoso empurrando uma carroça cheia de papelão, é violento. Se deparar com uma criança sem camisa, de chinelo e bermuda, vendendo balas no sinal, é violento. Uma familia inteira improvisando um barraco de lona embaixo de um viaduto ou próximo de avenidas congestionadas, é violento pra caralho. Trabalhar 44 horas semanais, 6 dias por semana e no final do mês não ter um grão de alimento no armário, é mega violento. Sem falar nas gôndolas dos mercados que funcionam co...

Secura de palavras

  Hoje faz cerca de um mês que não escrevo uma linha sequer neste caderno de brochura usado. É como se alguém tivesse roubado minhas ideias, meus pensamentos e todo meu cérebro. Não sai uma linha sequer a trinta dias. Dizem por aí que todo escritor passa por momentos assim, sem palavras. Desde que me propus a escrever de verdade, de me considerar um escritor, não tinha ficado tanto tempo sem escrever. Temas não faltam. Vivemos um momento social turbulento com eleições quentíssimas, delírios urbanos diversos e muita confusão nas ruas. Ainda posso refletir sobre o comportamento humano e suas manias. Posso fugir desse lado político e falar sobre a leveza da amizade sincera, a importância da saúde mental nos dias atuais ou ir além, falando de animais, crianças, parques de diversões, musicalidade, filmes ou algum livro sensacional que li durante esse mês seco.    Ao conversar com algumas pessoas percebi que a solução está na capacidade de sentir os cheiros, os ruídos e as alma...